Os impactos ocasionados pela pandemia e as ações do setor de locação de automóveis foram tema da palestra realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), no dia 25 de junho, transmitida por webinar. Participaram da live o presidente Fenaloc e diretor do Sindiloc-PR, Carlos César Rigolino Junior, o presidente da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), Paulo Miguel Junior, e o advogado e assessor jurídico da Abla/Fenaloc, Alberto Nemer Neto. A palestra contou como moderadores o consultor da RV Logística e Transportes, Weber Mesquita, e o relações institucionais da FGV Transportes, Rodrigo Vilaça.
Para o presidente da Abla, a pandemia causou um abalo grande na área de locação diária. Já a terceirização de frota não foi tão afetada. “A locação diária sofreu fortes impactos com as medidas contra a Covid-19. As pessoas foram proibidas de circular, pelo ‘Fique em casa’, ‘Proteja-se’, que somos a favor porque é uma medida necessária”, comentou.
Dentro desse cenário, os representantes do setor demonstraram a entes públicos a necessidade que o setor de locação de veículos fosse considerado um serviço essencial. “Pois, locamos veículos a hospitais, laboratórios, órgãos públicos, empresas de transportes e logística, delivery e todas as áreas, que continuaram seus serviços durante a pandemia. Estávamos nos bastidores, dando suporte com os veículos”, contou Paulo Miguel Junior. A relevância do funcionamento do setor foi entendida pelo Governo Federal, entretanto, grande parte dos estados restringiu a atividade de locação.
“Tivemos 90% de queda de veículos em locação diária, e 80% de queda na locação para motoristas de aplicativos nos momentos críticos da crise. Iniciamos a retomada, mas enquanto a atividade aérea não voltar a locação diária será prejudicada”, avaliou o presidente da Abla que acredita ainda que, no pós-pandemia, novos hábitos das pessoas podem atrair novos clientes para demandas de locação em diárias.
O presidente da Fenaloc destacou que na terceirização de frota os problemas foram menos sentidos, mas a devolução de vários veículos por empresas e órgãos públicos chegou a queda de faturamento em torno de 20% para esse nicho de atendimento. “Nessa situação de devolução muitas locadoras tentaram se adequar, oferecendo descontos para tentar manter os contratos. No setor público a pressão por redução de valores e devolução foi um pouco menor, sendo que alguns contratos em vias de terminar foram prorrogados por seis meses”, comentou Rigolino.
Ele também alertou para os cuidados que pequenas e médias empresas precisam ter frente aos grandes impactos que estão sofrendo no momento, mas que o futuro pode ser promissor. “Passando essa etapa, haverá uma retomada bastante forte no setor de frotas. Esse mercado vem crescendo bastante. Se sua locadora está em desmobilização de frota, o mercado de seminovos está comprador, então é interessante fazer caixa e aguardar a retomada dos negócios”, finalizou Rigolino.